fevi's Reviews (834)

dark emotional inspiring reflective sad
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: Complicated
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: Yes

Esse é o segundo livro da Yaa Gyasi. Infelizmente não chega nem aos pés do primeiro, O caminho de casa, mas ainda assim é bem escrito.

Gyasi se propõe discutir a relação da religião e da ciência na vida protagonista. Assim como a dependência de drogas e a depressão. Vamos lendo ao longo do livro como essas coisas afetam a sua vida.

Acho que o que não funcionou para esse livro foi as idas e vindas das lembranças. E uma profundidade que não me pareceu significativa. Fiquei com a sensação que estava um pouco desorganizado e espaçado demais. Eu queria ter gostado mais.

Ainda assim é uma boa leitura e bem escrito. Yaa não me perdeu com esse livro. 
emotional reflective sad tense medium-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: Yes
Loveable characters: Complicated
Diverse cast of characters: No
Flaws of characters a main focus: Yes

 O quarto de Giovanni é um livro com uma história triste belamente escrita. É um livro sobre prisões, medo, amor, desejo, vergonha, culpa.

A escrita de James Baldwin não é complexa. A leitura flui de forma espantosamente fácil, mas não é necessariamente fácil de se entender. Com diálogos e reflexões incríveis Baldwin tenta discutir, dando voz ao protagonista David, questões sobre sentimentos e moralidade. A constante fuga de David em tentar não se ver como um se ver como um corpo homossexual é extremamente conflitante e o fio condutor dessa obra. Um homem que sai de seu país para encontrar uma liberdade, mas fica preso "(...), pois nada é mais insuportável, uma vez obtido, que a liberdade." David não consegue se libertar mentalmente e é justamente isso que o faz sofrer.

O medo faz com que ele não consiga viver uma história de amor com Giovanni, o garçom pobre e italiano, que conhece em um bar. Ele entrega o corpo, mas não o verdadeiro sentimento real. Ele deseja, mas sente vergonha. Ele não quer ser sujo como os outros que vivem daquela forma. David se poda ao máximo, mesmo quando no quarto de Giovanni ele se deixa entregar de alguma àquele homem bonito e de sorriso cativante.

A narrativa entre presente e o passado traz questionamentos sobre o comportamento de David sobre acontecimentos que o fizeram chegar até ali. O texto de Baldwin simples, mas poético relata não só os problemas de aceitação do protagonista, mas demonstra comportamentos da sociedade preconceituosa. Isso ocorre inclusive dentro da própria comunidade LGBTQ+. Há inúmeras passagens sexistas e machistas durante o livro. Elas estão ali para exemplificar o poder da sociedade patriarcal em que vivemos. Com o seu estrago avassalador. Assim como a moralidade também desempenha o seu papel de forma horrível.

Os espaços nesse livro também são grandes personagens. Paris e suas ruas, o quarto de Giovanni, o bar de Guillaume todos ganham uma importância na história. São eles que muitas vezes elucidam ainda mais os personagens humanos. O território aqui tem tanta importância quanto o sentimento.

James Baldwin escreve sobre não viver um amor, sobre não se amar e as consequências disso tudo. Apesar de fácil leitura ele consegue transportar a complexidade dos sentimentos e do viver para essas páginas. Nada é entregue de maneira fácil. Não tem como ser já que estamos falando de seres humanos. O final é triste. A gente sabe que vai ser. A última cena deixa claro que não podemos fugir daquilo que somos. Não adianta fugir e nem pedir a Deus.

Sem sombra de dúvidas recomendo essa obra e até entenderia se algumas pessoas não curtissem. Ela é importante em vários contextos e apontamentos. É bem escrita, mas talvez não seja tão explícita o quanto a maioria das pessoas procura. Apesar disso ser um grande diferencial.

Posso concluir com esse segundo livro que leio dele que James Baldwin é um dos meus autores favoritos. 
emotional hopeful inspiring reflective sad medium-paced

 Alerta: esse livro contém cena de estupro.

Estou impactado de forma positiva com esse livro, mesmo que ele seja carregado de situações ruins.

Sem gentileza é um título perfeito para a obra de Futhi Ntshingila. Ela é crua sobre todas as situações que descreve e nos conta. Não há floreios e isso choca, mas conversa perfeitamente com a forma dela narrar. Fiquei impressionado com o poder de construir personagens tão profundos com tão poucas linhas.

Zola, Mvelo e Nonceba são personagens fortes e incríveis. Não pela situação em que viviam, mas por tudo. É doloroso acompanhar tudo aquilo que as ronda, mas também é extremamente gratificante por ser uma história bem amarrada, justa e bem trabalhada. Nós sabemos que não é fácil vivenciar ou narrar histórias sobre pobreza, fome e surto do HIV no continente africano, mais especificamente na África do Sul.

São clichês verdadeiros e tristes. E estou cansado de ler histórias que tenham somente isso quando falamos da África Subsaariana. Eu quero ler além disso. Mas tenho que dar o braço a torcer por Sem Gentileza. É uma história cruel, mas bem escrita. Enaltece mulheres, constrói situações de esperança, poder de transformação, a importância do afeto. Eu só queria mais páginas. Todos os personagens desse livro são incríveis.

Este livro, esta história é daquelas que mereciam mais umas 100 ou 200 páginas de tão bem escritas que foram.

Recomendo demais. Esse livro é incrível. 
FORA QUE A PORRA DESSE LIVRO TEM UM FINAL FELIZ. ERA TUDO O QUE EU PRECISAVA DEPOIS DE TANTA TRISTEZA E TRAGÉDIA. A cena da Mvelo cantando na igreja cantando e o pastor caindo duro no chão é tudo na minha vida.
 Leiam e apreciem essa nova história. 

 Não tem como não ter uma mistura de sentimentos quando você está lendo O ódio que você semeia. Acredito que se você for negro a situação é mais intensa.

O livro é baseado nos assassinatos de jovens negros por policiais. Starr, a protagonista, foi testemunha da morte de um antigo amigo. Na história vemos o desdobramento de como isso afeta a vida dela. Um spoiler: o livro é muito real.

Enquanto vidas negras forem tratadas como algo menor ainda existirão crimes dessa forma. Ainda existirão reações nas mesmas proporções.

Esse é um livro que as pessoas deveriam ler para praticar a empatia e entender como negros são marginalizados. Ou como muita gente que está ao nosso redor pratica racismo e não se sente mal por isso, ou também não consegue enxergar e refletir sobre as coisas que falam. A situação do Brasil é diferente quando se fala de racismo, mas o tratamento é o mesmo ou até pior. É um julgamento através de esteriótipos que não fazem sentindo.

Foi um jornada gostosa acompanhar a Starr e sua família incrível. E também dolorida perceber a realidade negra periférica dos Estados Unidos. Era possível me se sentir meio intimidado quando qualquer policial aparecia na história. Não tinha como não sentir raiva lendo e imaginando tudo aquilo acontecer.

Se você não gosta de negros, não nos veem como pessoas iguais e acredita nos esteriótipos preconceituosos ditos pela sociedade sobre a nossa raça, por favor, passe longe desse livro. Com certeza, você vai arrumar um jeito de culpar o Khalil pelo o assassinato dele.

Boa leitura. Recomendo! 

 Uma família pobre atravessa o país para conseguir mudar de vida depois que a terra em plantavam parou de produzir. O banco tomou tudo e eles ficaram sem nada. Assim decidem ir para a Califórnia para conseguir a tão sonhada mudança de vida depois que folhetos prometiam empregos.

Eu consigo até compreender porque a obra de John Steinbeck é importante e premiada. As vinhas da ira é um registro social incrível de um período marcante da história dos Estados Unidos. Além do registro histórico importantíssimo, o livro é extremamente político e crítico a toda situação da migração e forma como os americanos eram tratados.

O livro desde o início constrói uma crítica ferrenha ao capitalismo. A forma como bancos e grande produtores tratam os trabalhadores e os pequenos produtores é extremamente cruel. Ao longo do livro o autor mostra como eles agem desapropriando terras, desvalorizando o trabalho e pagando pouco dinheiro para aqueles que conseguiam um trabalho nas colheitas de algodão ou frutas. Em paralelo, mostrava também a perseguição aos "inimigos vermelhos". Claramente uma alusão ao comunismo. Ele usa dos personagens para exemplificar como funcionaria o comunismo, as greves e as organizações de sindicato. O quanto é preciso que os trabalhadores se juntassem para mudar a situação que viviam. A parte que narra o acampamento do governo demonstra bem isso.

Além disso há também discussão da violência política sobre os pobres. Em sua grande maioria causada pelo desejo de grandes empresários, mas também pela xenofobia. Os estadunidenses californianos mostravam todo o seu ódio aos migrantes do centro-oeste do país. Estavam alheios aos sofrimentos dos esfomeados e os queriam longe dali o mais rápido possível. Se ficassem, seriam maltratados. A fome e o descaso andavam ao lado da xenofobia.

Destaco também a importância do personagem mãe da história. É quem serve de base para tudo não desmorone antes. É a força primordial. Fazendo com que a religião, como é nesses casos, tenha menos importância e até seja desafiada. Essa parte fica por conta do ex-pregador Casy. Que larga a religião por acreditar não entender mais aquilo e acreditar que não tem mais a capacidade de fazer pregações. A transformação dele no final mostra qual tipo de coletividade faz diferença significativa na vida das pessoas.

Como já disse consigo enxergar a grandiosidade da obra, mas infelizmente ela desligou em alguns quesitos para mim. Não teve recorte de raça. Isso, com certeza, engrandeceria a obra. Fazer um paralelo entre os pobres brancos e negros mostraria um outro nível de crítica. No entanto, não sei se o autor se importava com isso. Se os brancos sofreram tanto, imagino como foi para os negros tal vivência.

Outro parte totalmente desnecessária foram os capítulos que intercalavam a história que mostrava a jornada da família Joad. São textos que mostravam um panorama geral que acontecia naquela época sem personagens definidos e também serviam como uma preparação para o que viria acontecer no capítulo seguinte com os personagens identificados. Sinceramente, foi uma encheção de linguiça de forma exagerada. A forma como ele construiu todas as críticas na parte da jornada da família Joad já seria o suficiente. Por isso a leitura é tão exaustiva e repetitiva. O fator apego aos personagens também me pegou. Não os curti muito a não ser em momentos específicos. O final também me desapontou.

Enfim, é um livro importante pelo fator histórico mas tem problemas significativos na sua construção. Na minha opinião, é claro. 
emotional reflective sad medium-paced

 É um livro excessivamente bonito e muito bem escrito. O seu excesso acaba fazendo com que o autor tenha a intenção de enrolar e não queira chegar a lugar algum ou necessariamente queira das as respostas para tantas divagações. Mas faz um paralelo sobre o resistir que surge em batalha da mente e da luta de uma ditadura.

O capítulo 42 é muito bonito. Fica a recomendação para quem quer experimentar uma linguagem auto-ficcional na literatura brasileira contemporânea. 
emotional informative reflective sad fast-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: Complicated
Loveable characters: Yes
Diverse cast of characters: Yes
Flaws of characters a main focus: No

Um livro tão bonito com um final de cortar o coração. Uma menina tentar lembrar das memórias que viveu com o pai quando era pequena enquanto Bangladesh lutava pela sua independência contra o Paquistão. É um cheio de amor, mas que termina de um jeito muito triste. 
dark emotional informative inspiring reflective sad tense medium-paced

 #BingoLitNegra #LeiaNegros

Esse é um relato de cortar o coração em tantas partes que nem sei o que dizer. Acompanhar a saga de Solomon Northup, homem negro liberto que tornou-se escravo, é de um reflexão sobre liberdade das pessoas negras nos EUA. É muita dor, sofrimento, crueldade que ganham destaque por mais que haja pessoas boas em algumas partes dos relatos.

A escrita/tradução de Solomon fez com fosse mais fácil acompanhar os relatos por ele escritos. É de uma precisão e compartilhamento de informações na medida certa. Tem passagens muito poderosas e bonitas de serem lidas, ao mesmo instante que são dolorosas.

É um relato incrível. Enquanto lia pensava "que bom não ter vivido na época da escravidão", mas aí lembrei que ainda existe várias e até mesmo piores de escravizar a população negra seja em qual parte do mundo for.

Fica aqui a recomendação. 
dark emotional reflective sad tense fast-paced
Plot or Character Driven: A mix
Strong character development: Yes
Loveable characters: No
Diverse cast of characters: No
Flaws of characters a main focus: Yes

 
Caramba que HQ pesada! É uma história de uma menina que sofre abusos do pai. A menina tenta de várias maneiras fugir, mas nunca consegue. Durante a história vamos acompanhando a sua saga para tentar se livrar do abusador e ficar longe de toda aquela violência. 

Expand filter menu Content Warnings