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bibilly's Reviews (336)
3.5? é nessas horas que sinto falta da meia estrela. não há nada necessariamente ruim sobre este livro, apesar de eu só tê-lo lido em primeiro lugar pela versão russa de Hades e Perséfone. ao contrário do que a sinopse e as resenhas que li me fizeram pensar, o ritmo não é chato nem lento, ainda que também não seja frenético: achei envolvente e quase calmante. por outro lado, não há nada aqui sobre o qual ficar obcecada, e boa parte do tempo a história parecia envolta por um pano morno.
a autora se sai muito bem no que se propõe: mesclar uma história coming of age com contos de fadas russos, numa troca de pov constante, variada e eficiente. embora não haja nada de uau sobre a escrita, tudo isso poderia ter dado muito errado, considerando que 1) em geral o que bookstan chama de whimsical e poético eu leio como tosco; 2) não curto contos de fadas; 3) depois de flashbacks e múltiplos pov's o recurso narrativo que mais me desanima é a narração "ao longo dos anos" ou qualquer outra que me deixe numa sala de espera por metade do livro. em vez disso o que encontrei foram personagens interessantes, eventos que se fazem necessários e uma escrita que se assemelha a contos de fadas simplesmente por lembrar a própria ama de leite das crianças contando-lhes histórias na cozinha durante uma noite de inverno.
contudo, ainda prefiro minhas fantasias repletas de tensão e high stakes, com sólida construção de mundo e palpável slow burn. se por um lado neste volume foi tudo uma questão de vida ou morte, convento ou casamento, por outro não senti isso na pele. talvez por Vasya ser muito jovem e sua caracterização como uma Merida russa lhe dar uma dose mais que suficiente de valentia pra passar por tudo isso. mas acho que prefiro uma Arya Stark a uma princesa da disney: ambas podem guardar mágoa, mas a primeira nunca salvaria alguém que é uma clara ameaça a sua família e nem chega a provar o contrário. em matéria de ficção, ódio é sempre mais saboroso que pura resiliência.
quanto à construção de mundo, os espíritos domésticos são fofos e devem sim ser protegidos at all costs (até porque se não o diabo em forma de urso acorda e come a alma de todo mundo), mas respostas enigmáticas a perguntas diretas só para estender o mistério é exatamente o tipo de coisa que me irrita em contos de fadas. também gostei da discussão sobre práticas religiosas e o enfraquecimento dos deuses antigos devido a uma fé temerosa, entretanto a luta interna do padre contra seus desejos foi mais bem descrita que o efeito de suas palavras "hiper eloquentes" nos fiéis.
[próximo parágrafo pode conter spoilers]
mas o que realmente me fez tirar duas estrelas foi o final. ah, a beleza da coragem e do sacrifício humanos, o perigo de uma batalha que permite pausas para despedidas, a conveniência de uma clareira encantada ou de um vilão gigantesco disposto a negociar... porém melhor ainda foi meu Hades russo, que aparentava estar pronto para uma slow burn de dois livros, tascando um beijo na Perséfone do nada; e depois dita Perséfone mandando um I'm not like the other girls para fechar seu arco com chave de ouro. uma sutileza sem tamanho.
ps: fiquei bem desconfortável com o casamento do pai de Vasya com uma moça pouco mais velha que as filhas dele (eu esperava que a madrasta da história tivesse a idade de uma), especificamente com o fato de ele continuar dormindo com a esposa apesar de ela sempre chorar depois. então vai um tw pra estupro, ainda que nada gráfico.
a autora se sai muito bem no que se propõe: mesclar uma história coming of age com contos de fadas russos, numa troca de pov constante, variada e eficiente. embora não haja nada de uau sobre a escrita, tudo isso poderia ter dado muito errado, considerando que 1) em geral o que bookstan chama de whimsical e poético eu leio como tosco; 2) não curto contos de fadas; 3) depois de flashbacks e múltiplos pov's o recurso narrativo que mais me desanima é a narração "ao longo dos anos" ou qualquer outra que me deixe numa sala de espera por metade do livro. em vez disso o que encontrei foram personagens interessantes, eventos que se fazem necessários e uma escrita que se assemelha a contos de fadas simplesmente por lembrar a própria ama de leite das crianças contando-lhes histórias na cozinha durante uma noite de inverno.
contudo, ainda prefiro minhas fantasias repletas de tensão e high stakes, com sólida construção de mundo e palpável slow burn. se por um lado neste volume foi tudo uma questão de vida ou morte, convento ou casamento, por outro não senti isso na pele. talvez por Vasya ser muito jovem e sua caracterização como uma Merida russa lhe dar uma dose mais que suficiente de valentia pra passar por tudo isso. mas acho que prefiro uma Arya Stark a uma princesa da disney: ambas podem guardar mágoa, mas a primeira nunca salvaria alguém que é uma clara ameaça a sua família e nem chega a provar o contrário. em matéria de ficção, ódio é sempre mais saboroso que pura resiliência.
quanto à construção de mundo, os espíritos domésticos são fofos e devem sim ser protegidos at all costs (até porque se não o diabo em forma de urso acorda e come a alma de todo mundo), mas respostas enigmáticas a perguntas diretas só para estender o mistério é exatamente o tipo de coisa que me irrita em contos de fadas. também gostei da discussão sobre práticas religiosas e o enfraquecimento dos deuses antigos devido a uma fé temerosa, entretanto a luta interna do padre contra seus desejos foi mais bem descrita que o efeito de suas palavras "hiper eloquentes" nos fiéis.
[próximo parágrafo pode conter spoilers]
mas o que realmente me fez tirar duas estrelas foi o final. ah, a beleza da coragem e do sacrifício humanos, o perigo de uma batalha que permite pausas para despedidas, a conveniência de uma clareira encantada ou de um vilão gigantesco disposto a negociar... porém melhor ainda foi meu Hades russo, que aparentava estar pronto para uma slow burn de dois livros, tascando um beijo na Perséfone do nada; e depois dita Perséfone mandando um I'm not like the other girls para fechar seu arco com chave de ouro. uma sutileza sem tamanho.
ps: fiquei bem desconfortável com o casamento do pai de Vasya com uma moça pouco mais velha que as filhas dele (eu esperava que a madrasta da história tivesse a idade de uma), especificamente com o fato de ele continuar dormindo com a esposa apesar de ela sempre chorar depois. então vai um tw pra estupro, ainda que nada gráfico.
cute, but the relationships in general felt underdeveloped. one page the mc couldn't connect with his teammates, on the other they were all best friends. and the mc looks too young??? like he skipped high school and went straight to college. also, im always down for stories that feature some sport/tournament, i love their mix of tension, rivalry and teamwork, but the games in this one are nothing special. Fence by CS Pacat, another m/m graphic novel series, does that way better.
first of all, the main characters: almost everything Allen did was contrary to his description, and the fact that i kept comparing him with Laurent from Captive Prince didn't help (there's no one like Laurent of Vere /cries in veretian); and the high king's stubbornness bordered on stupidity: he didn't act or think like someone who runs an empire. secondly, the politics were sooo boring, i skipped many paragraphs. actually, the external plot in general wasn't compelling. the author made really poor choices, such as physically separating the couple two times (for more than six months in total) even before they could get to know and really fall in love with each other. bc of that, a lot of time was spent on one trying to prove to the other that he's useful and not on the romance itself. also, this was supposed to be Allen and Sarrica's love story, but the man with whom Allen flirted, had sex and actual conversations up until the 30% mark was Sarrica's brother-in-law??? in short, there was little room for genuine emotions, which made the marriage of convenience trope, my second favorite and what kept me reading it, kinda pointless. a shame really, bc forcing a character that resembles a less traumatized Laurent to marry a emperor in grief who does not want him is such a good premise.
eu não aguento mais pegar livro superestimado pra ler. este pelo menos tem uma narrativa simples (às vezes até demais), e vc passa raiva enquanto voa pelas páginas.
a protagonista tinha potencial, mas o q eu mais temia aconteceu e ela emburreceu no meio do caminho. isso, obviamente, envolveu um romance. eu sou a primeira a anciar por um bom romance, mas o da vin com o pseudointelectual não teve um pingo de química. primeiro q n esperava vê numa fantasia adulta tm com o hype q esta tem uma personagem feminina se apaixonando por um aristocrata com o qual se encontrou nem meia dúzia de vezes (me decepcionou mt ela ter passado metade do livro questionando td e tds pra chamar o primeiro mauricinho mal vestido de autêntico). é o tipo de coisa q funciona num romance austeniano com personagens eloquentes, n num de fantasia sobre luta de classes e uma revolução iminente. entendo q ela seja uma adolescente, mas sua experiência de vida deveria tê-la feito considerar melhor o q estava em jogo, q era a vida dela, a dos seus amigos e o futuro de um povo oprimido do qual ela faz parte lol
e eu n sei o q é mais cringe: a vin se apaixonando por um cara q leva uma pilha de livros pruma festa ou esse cara virando pra um ladrão burocrata revolucionário e ex escravo dizendo q ele andou lendo uns livros e q por isso tal líder revolucionário deveria fazer oq ele diz. se for pra dar destaque a um burguês safado q ele seja atraente de alguma forma e n um simplório esquerdomacho.
o segundo protagonista, kelsier, não é tão ruim, mas fez uma puta burrada antes da metade do livro q n se justifica nem mesmo pelo temperamento impulsivo e despreocupado dele. foi claramente uma desculpa pra movimentar a história e colocar o diário do inimigo nas mãos dele (o q tb soou forçado). tirando esse momento de influência da mão invisível do autor, entretanto, a esperteza do kelsier foi até constante, e me simpatizei com a sede dele por sangue nobre.
por outro lado, n fui convencida do carisma q o autor afirma q ele tem. na vdd, eu n senti quase nada ao longo deste livro. a escrita, apesar de fácil leitura, não estabelece nenhuma grande conexão emocional entre o leitor e os personagens (nem a dinâmica da gangue é cativante e a maior tragédia da história mal me abalou), e foi incapaz de me fazer levar a sério alguns dos secundários (por ex, o ham atraiu meu interesse por ser um brutamontes sensível, mas achei seus momentos filosóficos baratos e forçados, e o yeden, o líder dos rebeldes, fez papel de ridículo em tds suas aparições).
essa característica da escrita tb afetou o motivo principal da mobilização da gangue do kelsier para derrubar o império: a opressão dos skaa. na maior parte do tempo eles parecem mais uma simples massa de pobres coitados, o q poderia ter sido evitado ja q tds na gangue são skaa e tem a experiência de vida de um skaa. mas tds, incluindo o leitor, são distanciados dessa massa, tanto temporalmente/fisicamente, quanto emocionalmente. o senhor soberano, o grande Mal da história, foi mais humanizado q as pessoas q ele oprime, e a indignação da gangue era mais a de quem assiste a matança do q de quem já a vivenciou. inclusive uma das execuções em massa do livro parece ter sido incluída apenas como um contexto para o discurso do kelsier para reconquistar a confiança da gangue e um pretexto para remotivá-la, mas não te permite sentir por aquelas pessoas especificamente. em suma, os skaa são uma desculpa, não um personagem, ao ponto de termos mais da cultura do povo representado na história por um único indivíduo (o terressiano sazed) do q a cultura do povo dos próprios protagonistas.
agora uma coisa boa em não me importar mt com nd nem ninguém num livro é q eu me estresso menos (narrador: ela sonha ela). por ex, quando a vin abriu o berreiro na frente do boy sem personalidade q ela so tinha visto umas três vezes na vida eu parei por um momento pra absorver o desenvolvimento às avessas da personagem e então comecei a rir sozinha no meu quarto. apesar disso, ainda me estressei um bocado com a insistência dela em defender a nobreza. tipo minha filha, vc morava na rua, tenha um pouco de dignidade.
pontos positivos? como eu disse, é um livro fácil de ler, o q n é pouca coisa considerando o tamanho dele e minha preguiça de calhamaços. também tenho q admitir q o cara sabe escrever cenas de ação e amarrar as pontas soltas sem um final mt fácil, fazendo o sistema mágico realmente brilhar nos últimos 20% do livro, ainda q eu acredite q teria ficado mais impressionada com a coisa toda de engolir, queimar e inflamar metais se aqueles q a praticam tivessem me conquistado.
a protagonista tinha potencial, mas o q eu mais temia aconteceu e ela emburreceu no meio do caminho. isso, obviamente, envolveu um romance. eu sou a primeira a anciar por um bom romance, mas o da vin com o pseudointelectual não teve um pingo de química. primeiro q n esperava vê numa fantasia adulta tm com o hype q esta tem uma personagem feminina se apaixonando por um aristocrata com o qual se encontrou nem meia dúzia de vezes (me decepcionou mt ela ter passado metade do livro questionando td e tds pra chamar o primeiro mauricinho mal vestido de autêntico). é o tipo de coisa q funciona num romance austeniano com personagens eloquentes, n num de fantasia sobre luta de classes e uma revolução iminente. entendo q ela seja uma adolescente, mas sua experiência de vida deveria tê-la feito considerar melhor o q estava em jogo, q era a vida dela, a dos seus amigos e o futuro de um povo oprimido do qual ela faz parte lol
e eu n sei o q é mais cringe: a vin se apaixonando por um cara q leva uma pilha de livros pruma festa ou esse cara virando pra um ladrão burocrata revolucionário e ex escravo dizendo q ele andou lendo uns livros e q por isso tal líder revolucionário deveria fazer oq ele diz. se for pra dar destaque a um burguês safado q ele seja atraente de alguma forma e n um simplório esquerdomacho.
o segundo protagonista, kelsier, não é tão ruim, mas fez uma puta burrada antes da metade do livro q n se justifica nem mesmo pelo temperamento impulsivo e despreocupado dele. foi claramente uma desculpa pra movimentar a história e colocar o diário do inimigo nas mãos dele (o q tb soou forçado). tirando esse momento de influência da mão invisível do autor, entretanto, a esperteza do kelsier foi até constante, e me simpatizei com a sede dele por sangue nobre.
por outro lado, n fui convencida do carisma q o autor afirma q ele tem. na vdd, eu n senti quase nada ao longo deste livro. a escrita, apesar de fácil leitura, não estabelece nenhuma grande conexão emocional entre o leitor e os personagens (nem a dinâmica da gangue é cativante e a maior tragédia da história mal me abalou), e foi incapaz de me fazer levar a sério alguns dos secundários (por ex, o ham atraiu meu interesse por ser um brutamontes sensível, mas achei seus momentos filosóficos baratos e forçados, e o yeden, o líder dos rebeldes, fez papel de ridículo em tds suas aparições).
essa característica da escrita tb afetou o motivo principal da mobilização da gangue do kelsier para derrubar o império: a opressão dos skaa. na maior parte do tempo eles parecem mais uma simples massa de pobres coitados, o q poderia ter sido evitado ja q tds na gangue são skaa e tem a experiência de vida de um skaa. mas tds, incluindo o leitor, são distanciados dessa massa, tanto temporalmente/fisicamente, quanto emocionalmente. o senhor soberano, o grande Mal da história, foi mais humanizado q as pessoas q ele oprime, e a indignação da gangue era mais a de quem assiste a matança do q de quem já a vivenciou. inclusive uma das execuções em massa do livro parece ter sido incluída apenas como um contexto para o discurso do kelsier para reconquistar a confiança da gangue e um pretexto para remotivá-la, mas não te permite sentir por aquelas pessoas especificamente. em suma, os skaa são uma desculpa, não um personagem, ao ponto de termos mais da cultura do povo representado na história por um único indivíduo (o terressiano sazed) do q a cultura do povo dos próprios protagonistas.
agora uma coisa boa em não me importar mt com nd nem ninguém num livro é q eu me estresso menos (narrador: ela sonha ela). por ex, quando a vin abriu o berreiro na frente do boy sem personalidade q ela so tinha visto umas três vezes na vida eu parei por um momento pra absorver o desenvolvimento às avessas da personagem e então comecei a rir sozinha no meu quarto. apesar disso, ainda me estressei um bocado com a insistência dela em defender a nobreza. tipo minha filha, vc morava na rua, tenha um pouco de dignidade.
pontos positivos? como eu disse, é um livro fácil de ler, o q n é pouca coisa considerando o tamanho dele e minha preguiça de calhamaços. também tenho q admitir q o cara sabe escrever cenas de ação e amarrar as pontas soltas sem um final mt fácil, fazendo o sistema mágico realmente brilhar nos últimos 20% do livro, ainda q eu acredite q teria ficado mais impressionada com a coisa toda de engolir, queimar e inflamar metais se aqueles q a praticam tivessem me conquistado.