bibilly's Reviews (336)


ótima leitura em tempos de bacurau.

amo metaficção e narrações sob o ponto de vista de crianças, mas este livro também me deu uma das melhores e mais relacionáveis protagonistas de todos os tempos e talvez o melhor trisal*, o que foi uma ótima surpresa junto com a fat rep e a loja de velhos. nem lembro a última vez que ri e sorri tanto lendo e fiquei satisfeita do começo ao fim com uma história (a quantidade de destaques no meu kindle está lá para provar). é o tipo de livro de cujas críticas sempre vou correr porque não quero que ninguém estrague meu carinho por ele.

tw: gordofobia, bullying, homofobia, pensamentos suicidas, morte de idosos, prisão de ventre e solidão.


*está competindo com o d'A Quinta Estação pelo primeiro lugar. 

e se eu criasse uma estante chamada Bacurau vibes... além do filme, esse livro também me lembrou A Hora dos Ruminantes pela atmosfera (de mistério, espera e ansiedade), ambientação (não a colônia penal em si, mas sua atemporalidade e a região rural e isolada em que se encontra) e até diálogos. porém, a escrita de Ana Paula Maia não possui a sutileza da de José Veiga: o narrador tem uma mania de explicar o óbvio ou o que ja foi dito por um personagem. talvez esse didatismo (que faz com que qualquer coisa inerentemente grandiosa ou poderosa perca impacto) sirva a algum propósito, como enfatizar o olhar cinematográfico da narração, mas é algo que sempre me irrita em ficção independentemente do gênero.

o enredo também não é tão surpreendente quanto poderia ter sido, mas a tensão está lá, com a narração no presente (em contraste com os flashbacks no passado) aumentando a sensação de que Algo está prestes a acontecer. me peguei com o coração acelerado mais de uma vez.

nem preciso dizer que a crítica ao sistema prisional como algo diretamente ligado ao nosso "passado" escravocrata é bem pertinente. e, apesar dos problemas citados, sempre estou em busca de um livro curto que vá direto ao ponto e não deixe muito espaço para erros ou para que o leitor se enfastie com eles. por isso pretendo ler logo logo outra obra da autora (minha meta de leitura agradece).

what a boring and unconvincing mess (the bodyguard is pretty hot tho)

the cover is awful and the story eventually gets boring, but it has some great dialogues plus the autistic mc, which was what made me pick up this book in the first place. i also liked the way the mc's past toxic relationship and its effects were handled.

one thing it kept coming to my mind while reading a girl like her was that even if you read it without knowing who its author is, you still would know it was written by a woman, because, besides the fact that it is a m/f romance, the love interest of the protagonist is so considerate, like a man who thinks beyond his social place in the world.

so yeah, the plot wasn't that good and i may not be in the mood for romance heavy books (or for romance books with insipid happily ever afters that consist predictably of marriage, kids and a white fence), but this one definitely doesn't suck.

o terror está mais na identificação com a protagonista do que em qualquer outra coisa, mas ainda assim o livro é um dos melhores de 2020, principalmente comparado com o tanto de bomba que li esse ano.