fevi's Reviews (834)

Apesar de ser um livro sobre um assunto bastante delicado eu não me senti próximo a personagem. Consegui entender a sua dor, mas não de uma maneira que ficasse apegado. A escrita nesse livro de Levy é mais clara e sóbria que em A Chave de Casa. Talvez isso tenha feito que eu gostar menos. De qualquer forma, acredito que a autora foi bastante delicada ao tratar o estupro na narrativa. O tema é complicado e pesado, mas a escrita não deu poder explícito aquele momento e sim aos desdobramentos que seguiram na vida da personagem. 

Os contos são muito bons. Só alguns que destoam um pouco, mas os autores conseguem manter a unidade do mundo criado. Curti e fiquei bem entretido com a leitura. 

A Canção dos Shenlongs é um livro muito bem escrito. Eu curti a forma de narrar. É muito direta e concisa. Mas apesar disso achei que faltou algo e talvez essa construção rápida tenha atrapalhado o caminhar da história. As coisas acontecem muito rápido. Gosto do universo, mas faltou um pouco de profundidade nos personagens. O narrador é bom, mas me pareceu uma fraude no fim de tudo. Por isso acabei diminuindo a minha avaliação. No final da história não gostei de que ele estivesse ali. Apesar de ser um personagem simpático, acho que deixou a desejar. Uma construção mais profunda talvez mudasse isso. É um livro gostoso de ser ler e com uma estória interessante, mas que deixa a desejar no fim das contas. 

Que conto BOM! É extremamente bem escrito, a leitura flui que é uma beleza. Fora que o Renan Bernardo constrói um Rio de Janeiro inundado muito bem ambientado. Uma distopia/ficção científica fascinante e com uma debate de raça e classe essencial. Dona Néia simplesmente maravilhosa. Personagem incrível. Curti bastante. Deixo a recomendação. 

É bem diferente do que eu estava esperando. Eu curti o entrelaçar dos personagens e gostaria de até ver mais o aprofundamento deles e da estória também. Só a escrita que não me agradou tanto. 

Uma fantasia nacional com um mundo bem legal. A história é bem a jornada do herói, mas gostei de ter lido. É um mundo diferente e com personagens cativantes. 

A construção de Ao Farol é muito boa. A escrita da Virginia Woolf é espetacular. Não podemos negar isso. Nesse livro me lembrou um pouco da escrita de Clarice Lispector, mas um tanto mais fácil. Mas apesar da escrita e técnica excelentes a história e os personagens não me cativaram. Não tiraram nenhum sentimento de mim. Nem bom nem ruim. Tendo a gostar de livros mais intimistas, mas a essência não me conquistou. Consigo compreender os sentimentos dos personagens. Assim como Clarice, Woolf fala sobre aquilo que a gente questiona internamente. É ótimo para refletir, mas nem sempre nos acalanta.

O livro começa um pouco mais difícil, mas depois pegamos o ritmo. A segunda e a terceira parte são menos complexas que a abertura do livro. Consigo ver o valor da obra e sei que muita gente não vai gostar. Deixo o critério de escolha para vocês. É um ótimo livro para que gosta das obras de Clarice Lispector, apesar de achar Ao Farol menos complicado e menos profundo. 

 Eu não indicaria esse livro para o momento atual em que estamos vivendo e para quem está a procura de momentos de esperança e coisas boas no geral.

A escrita de Marco Severo é muito boa. Nesse livro de contos ele vai falar sobre solidão, mas principalmente de como as pessoas podem ser egoístas e ruins. Ele retratá o lado ruim que praticamente todo ser humano tem. É um livro que faz com que você fique surpreso inúmeras vezes por não acreditar na índole das pessoas. No entanto, é totalmente plausível. A realidade pode mais assustadora que o terror criado para chocar as pessoas.

É bom quando um livro mexe com você mesmo que seja de um jeito ruim. Apesar de toda ruindade no livro gostei porque é bem escrito e profundo. Recomendo, mas com o alerta feito acima.

Os contos que mais me marcaram foram: O importante é ter Deus no coração, O lado de cá da prisão, Caminho aberto a facão, Mudança, Omnia mutantur, Chupeta de Baleira, A âncora encoberta pelo mar, Vermes e Uma infinita Solidão.