fevi's Reviews (834)

É uma ótima coletânea de contos. O autor sabe dosar bem o erotismo, o fetiche, a perversão(?) e o lirismo. Apesar de extrapolar algumas vezes na enumeração do último. É bem escrito e elaborado. Mas não é para pessoas que são sensíveis quando o assunto é sexo. Algumas construções de personagens me irritaram. Não consegui apontar se era o desejo do autor ou ele sendo só babaca mesmo. Enfim, foi uma leitura interessante.

Os contos são muito bem escritos. É como se cada palavra estivesse no lugar correto. Com isso o texto flui e tem uma cadência muito gostosa. Principalmente nos primeiros contos dessa coletânea. No entanto, apesar de serem bem escritos nem todos possuem enredos interessantes ou chamativos. No fim, acaba sendo uma ótima experiência de primeiro contato com Katherine Mansfield como foi o meu caso. 

Meus contos preferidos: 

- A fuga;
- Uma xícara de chá; 
- Prelúdio;
- A casa das bonecas; 
- Picles de pepino;
-  Je ne parle pas français;
- Cenas;
- A festa no jardim.

Achei o finalzinho um pouco cansativo, mas ainda assim me entretive. Houve momentos na história bem interessantes e as explicações foram ótimas. Se Laini Taylor tivesse focado menos no romance da Sarai com Lazlo seria melhor. Fora que ela perdeu uma grande chance de explorar o teor político nesses mundos.

Apesar de não ser um livro que busca uma compreensão acadêmica sobre o tema, Niara de Oliveira e Vanessa Rodrigues fazem apontamentos pertinentes sobre como a mídia brasileira aborda a violência contra mulheres no Brasil. Mesmo com análises repetitivas, mesmo sendo essenciais, elas apontam os erros comuns que ainda estão carregados de misoginia e machismo.

Há recortes de raça, classe e também de identificação de gênero. O que é extremamente importante já que as maiores vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras e pobres. Além de ser o país que mais mata mulheres trans e travestis.

"Histórias de morte matada contadas feito morte morrida" é um livro que você lê relativamente rápido por causa da estrutura do livro em pequenos capítulos, mas não é uma leitura fácil. É um livro que contém muita violência e ódio mesmo que não haja nenhuma descrição explícita. Os casos são cruéis, fúteis e nos trazem material suficiente para pensar não só como o jornalismo brasileiro trata esses crimes de gênero, mas também nós como sociedade. É um trabalho que mesmo com grandes conquistas precisa de mais empenho e trabalho. 

Um livro com apontamentos importantes e uma luz para ficarmos de olho na violência de gênero no país. Recomendo. 

Eu estou chocado com o final desse livro. Laini Taylor foi muito corajosa. Eu amei. Queria que não tivesse enrolado tanto, mas esse final realmente valeu a pena. Estou curioso como será o desenrolar do segundo livro. 

Minha segunda experiência com Rafael Gallo. A escrita é muito boa. Apesar de alguns contos destoarem por conta da forma de narrar, é um bom livro.

Meus contos preferidos foram: 

Réveillon;
O vendedor;
Violentada;
A lâmpada que nunca queima.

O livro tinha bastante potencial, mas acabou sendo fraco. Você consegue perceber os elementos de terror e horror profano como no filme A Bruxa, e talvez por serem curtos demais não tiveram um desenvolvimento digno. A escrita também não ajudou muito. Os vários pequenos contos se passam na mesma ambientação e tentam conversar entre si. Enfim, poderia ter sido uma experiência melhor. Vejo potencial para gostar de algo com maior extensão. Essa coletânea deixou a desejar. 

Acreditei que seria mais do mesmo, mas a escrita me arrebatou. Fui conquistado logo pelas palavras de Carina Bacelar. A autora vai narrando momentos específicos da personagem e acaba criando algo forte e muito bonito ao refletir sobre a vida ao longo dos anos. É um livro muito poético e vigoroso. Para quem gosta de Aline Bei é uma boa pedida. 

O rio que me corta por dentro é miscelânea de sentimentos. Há um pouco de tristeza, outro tanto de esperança, muito do medo, mais um pouco de desespero e a felicidade correndo por fora. É um livro arrebatador que fala de amor, abandono, ódio e vingança. É visceral, cinematográfico. Raul Damasceno faz uma construção incrível. Uma história com enredo que te fisga logo nas primeiras páginas. A escrita cativante potencializa a imersão no modo de viver no interior cearense. 

Não tem como sair indiferente dessa leitura e da tragédia de viver um amor. Recomendadíssimo.