fevi's Reviews (834)

dark reflective sad tense medium-paced

Jennette, você pode não estar feliz porque a sua mãe morreu. Mas eu estou. Digo mais: você só está viva porque ela está morta.  

A relação de Jennette McCurdy é sem sombra de dúvidas algo assombroso. Seria um prato cheio para Elena Ferrante escrever uma história maravilhosa. Mas é uma realidade. Uma realidade cruel, mesquinha, egocêntrica e sem limites. McCurdy foi ao fundo do poço graças aos sonhos da sua mãe desalmada. 

É livro com um inglês fácil entender, mas com uma história difícil de digerir. Para além da vida de Jennette McCurdy nos pegamos mais uma vez refletindo e questionando sobre a vida de crianças que cresceram e crescem no showbusiness.  

Aqui em especial fica a questão: quem é pior a mãe ou Hollywood? 

Fica a recomendação da leitura.
adventurous funny mysterious relaxing slow-paced

Jonathan Strange & Mr Norrell é um excelente livro. Não é para todo mundo. Não falo sobre capacidade de entender ou interpretar, mas gostos subjetivos. O livro é grande, lento e a narrativa não busca grandes momentos. Fora que não é alta fantasia. 

Eu entrei na onda da Susanna Clarke. Em cada capítulo ela entregava um pouco sobre a história da magia que habita o enredo. Nem tudo é explicado nos mínimos detalhes. Nem todos os capítulos são incríveis. Mas a história é fisga.

Os personagens são interessantes e bem construídos. Gosto de como a autora leva a história, mesmo querendo que ela desse mais informações. Em Jonathan Strange & Mr Norrell estamos em uma Inglaterra que redescobre a magia. Então vamos acompanhando ao longo do livro, junto com os magos, como a magia funcionava e como eles a realizam. 

O livro não é sobre o passado mágico, mas o retorno de jeito que os dois magos principhhais escolhem como será. Esperava que tivesse mais embates e lutas, mas a proposta é diferente. Decidi embarcar e gostei. 

Os contos são muito bons e alguns possuem temáticas bastante interessantes. A maioria são curtos e com finais surpreendentes. A leitura vale a pena.

A maior lição que Maya Angelou traz nessa biografia é o poder e a luta que todo negro consciente exerce para não se sujeitar às condições que brancos insistem em nos colocar. Pode soar arrogante, mas é a forma de seguir em frente sem aceitar o racismo de cabeça baixa. Mesmo que não pareça para os outros. 
dark mysterious reflective medium-paced
Plot or Character Driven: Character
Strong character development: N/A
Loveable characters: No

O primeiro contato com Roberto Bolaño foi instigante. É uma literatura interessante que aguça a nossa curiosidade. Nos faz questionar e refletir sobre o quanto o autor se baseou na vida real para escrever os perfis dessas personagens. E, mesmo que seja tudo puramente ficção, faz com que discutamos sobre a obra e o autor. É prudente separá-los? 

A literatura nazista na América é um excelente catálogo imaginativo. A maioria dos perfis dos personagens deixa uma vontade de “quero ler mais sobre este ser”. Bolaño tem uma escrita envolvente que faz a leitura fluir. Ele me conquistou e seguirei lendo-o.

O museu do silêncio

Yōko Ogawa

DID NOT FINISH: 57%

Sei lá. 
emotional reflective relaxing

Eu admiro a escrita de Simone Beauvoir desde quando li Mal-entendido em Moscou. É maravilhosa,  fluida e impecável. Fica a recomendação de As inseparáveis para nunca leu a autora. É um livro simples, mas adorável. 
adventurous funny inspiring reflective

O pensamento que me vinha à cabeça com frequência durante a leitura de Ela se chama Rodolfo era de que ele deveria virar um filme independente brasileiro. Eu assistiria tranquilamente.

Murillo é um homem que se muda para um apartamento depois de ser abandonado pela namorada. Nele, encontra uma tartaruga. Ela se chama Rodolfo. A partir daí, a história se desenrola com Murillo tentando encontrar um novo lar para Rodolfo, a comunicação com a dona do apartamento e da tartaruga, Francesca, e vários passeios por Porto Alegre.

Os capítulos curtos funcionam bem e trazem uma dinâmica interessante para o livro. É rápido e divertido, com um humor gostoso e leve.

Os personagens são carismáticos e interessantes. Francesca, com suas histórias, é um caso à parte. É uma história que aborda temas importantes de forma envolvente, conquistando o leitor logo de cara.

É uma leitura que vale a pena.
challenging inspiring reflective medium-paced

 No início da minha leitura, estava achando a personagem narradora-protagonista, Tambudzai, extremamente presunçosa. No entanto, com o desenrolar da história e das discussões propostas por Tsitsi Dangarembga, pude entender que ela era muito mais do que isso. A personagem estava em um processo constante de não se sujeitar à condição imposta pelo patriarcado. Nem ela nem as outras personagens femininas. 

Em Condições Nervosas, acompanhamos a vida de Tambu em busca de ascensão social por meio dos estudos. Essa é a sua única oportunidade. Ela só a consegue após a morte de seu irmão. Seu tio é quem provê as condições necessárias para isso e deixa isso claro o tempo todo. 

Ao passar pelo processo de libertação por meio da educação, Tambu começa a compreender como o patriarcado impõe normas e condutas para as mulheres que a rodeiam. Sua mãe, tias e prima passam o livro inteiro lutando contra essa assimilação. Nem sempre vencem, mas sempre tentam se impor. 

O livro aborda temas como colonialismo, educação, machismo, patriarcado e gênero. É uma história que nos faz refletir profundamente sobre a condição da mulher na sociedade africana. O livro tem seus problemas. Há muitas descrições e detalhes que poderiam ser facilmente cortados, mas, no geral, é uma obra robusta e potente. Fica a recomendação.