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bibilly 's review for:

1.0

as definições de superestimado foram atualizadas.

o conceito é ótimo, mas seu desenvolvimento nada empolgante. ela esperava uma escolinha de assassinos repleta de tensão e personagens carismáticos, recebeu uma escrita pomposa que fala mais do que faz.

a história é um aglomerado de pausas e entradas dramáticas em que nem o perigo óbvio soa perigoso. as inúmeras metáforas são codificadas de um modo que ultrapassa a complexidade e alcança o ridículo, num uso excessivo dos mecanismos que te surpreendem no primeiro capítulo mas deixam de ter o efeito desejado porque são jogados livremente em qualquer descrição independentemente do objeto/momento e sua necessidade de ser ou não enfatizado por floreios.

sem contar que o trope da mina branca vingativa filha de burgueses safados assassinados por outro burguês safado e que mata a torto e a direito pra conseguir o que quer no auge do seu pOdEr EsPeCiAl só funciona se a mina em questão for muito cativante, o que não acontece aqui. pelo contrário, a Mia é burra e sem sal, mesmo o autor esfregando na sua cara o tempo todo que o livro dele é uma fantasia Adulta tm. inclusive a construção da protagonista como uma assassina edgy fodona e sexy de dezesseis anos simplesmente grita "escrita por um homem branco".

assim, a atmosfera pretendida não é alcançada, momentos importantes carecem de impacto e não há um relacionamento sequer que não pareça forçado e superficial, aspectos que so aproximam a obra dos ya da vida rs. o único personagem que gostei parece ter sido jogado no lixo (não que eu fosse continuar a trilogia do contrário).

também senti falta de um aprofundamento da religião dos assassinos da Igreja Vermelha: Mia passa meses estudando como servir à tal deusa da escuridão e é dito mais de uma vez que matar sem questionar é o dever dos graduados da escolinha, mas em nenhum momento temos um real vislumbre do que tds esses costumes significam para essas pessoas ou qual a natureza das ordens de assassinato, suas motivações e finalidades.

vai uma estrela pela capa e pela ação nos últimos capítulos, apesar de a famigerada pausa na luta para a heroína direcionar um monólogo ao seu arqui inimigo ter sido o milésimo motivo pra revirar os olhos lendo Nevernight.