A única coisa que tenho a reclamar sobre esse livro é que acho que ele deveria ter passado por uma edição mais rigorosa. Entendo que a autora escreveu tudo muito rapidamente, pra não perder o fio, mas é pra isso que existe a edição - acho que seria bom ter cortado algumas descrições muito extensas e desnecessárias e ter acertado algumas frases que ficaram esquisitas.
No mais, o livro é incrível.
A autora consegue misturar ficção e realidade histórica de uma maneira muito fluida. Eu gostei demais de saber de vários eventos históricos a partir do ponto de vista da Kehinde, que é essa mulher que possivelmente existiu mesmo, e que se sim, foi tão importante para a nossa história.
A Kehinde, que a gente acompanha desde criança, quando é tirada da África e escravizada, trazida para o Brasil, até seus últimos dias de vida, quase aos 90 anos, quando já é uma mulher com uma família gigante que fez uma vida incrível para si, é uma personagem por quem eu me apaixonei, e me senti triste de deixá-la, mesmo depois de 952 páginas.
Esse livro também me serviu muito como um guia histórico, durante a história fui atrás de saber mais sobre os vários eventos e personagens históricos que deram forma ao enredo, o que deixou minha experiência de leitura ainda mais rica. Além disso, gostei de mais de aprender mais sobre as culturas e religiões africanas, assim como essas culturas e religiões se manifestaram no Brasil.
E tudo isso ao longo de uma histórica rica em detalhes, muito bem pesquisada, com uma personagem incrível que guia o leitor por uma vida cheia de dificuldades e conquistas, rica em amizades e amores.