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medium-paced
Plot or Character Driven:
N/A
Strong character development:
No
Loveable characters:
Complicated
Diverse cast of characters:
Yes
Flaws of characters a main focus:
Yes
A sensação que eu tenho é que se um livro fosse escrito sobre a minha vida ele seria como A Idiota: desinteressante e tedioso em grande parte. É difícil admitir isso, mas talvez essa seja a realidade.
Em A Idiota acompanhamos os primeiros meses de Selin, uma estadunidense de origem turca, em Havard. Ao longo do livro vemos as suas relações com as colegas de quarto, as suas primeiras aulas na universidade, um pouco da sua relação com sua mãe e um protótipo de relação amorosa que no fim nunca acaba se concretizando.
Elif Batuman escolhe narrar pequenos episódios que acontecem com a protagonista durante o dia. É quase diariamente. São coisas cotidianas e corriqueiras na nova vida da adolescente. A questão é que nada soa interessante ou chama atenção ao ponto de hipnotizar o leitor. Selin é desinteressante. Não cresce na narrativa. Para mim, os personagens que interagem com ela são muito mais vividos e instigantes mesmo que também não sejam tão empolgantes. É o caso de Svetlana e Ivan. Ambos são colegas de curso de russo da protagonista. Com o avanço da narrativa Ivan acaba se tornando um interesse romântico de Selin.
Os trechos que narram os dias de Selin e suas interações são curtos e rápidos. Pensei que fosse por causa dessa escolha narrativa que me afastava dos personagens, mas no momento em alguns trechos ficaram mais longos a conexão não se tornou mais forte. Quando a relação entre Selin e Ivan começa a se tornar mais próxima pensei o texto ficaria mais profundo. Apesar de haver uma mudança, não chegou ao ponto que eu esperava. Tudo continuava desinteressante e entediante. Selin é quem narra. Ela se mostra tão morna e com uma personalidade inteiramente manipulável.
Nem mesmo as conversas sobre linguística ou mesmo as descrições e fatos históricos sobre a Hungria e a cultura turca me despertaram interesse. É frustrante. Talvez nesse momento Batuman pudesse ter me conquistado, mas com a voz de Selin o efeito foi contrário. O livro é bem escrito, mas não é estimulante. Longe disso por sinal. Durante a leitura fiquei me questionando se essa foi a intenção da autora: em construir uma personagem adolescente que está saindo de casa e tentando se entender no mundo, mas até lá precisa passar por momentos de marasmo, se perder em um mundo onde há tantas pessoas diferentes e tão donas de si que acaba-se ficando perdida, estranha. Se essa foi a escolha da autora talvez ela tenha acertado em cheio, mas ainda assim o livro é desinteressante.
Há livros com personagens monótomos, mas que ainda assim te conquistam. Livros em que nada acontece, mas com uma escrita que te fascina e te prende. Apesar de bem escrito não foi isso que aconteceu em A Idiota. Quem gosta de estórias mais movimentadas devem passar longe dessa obra. Poucas reflexões são boas e interessantes. Espero que o meu livro da minha vida seja pelo menos mais reflexivo e empolgante apesar do protagonista enfadonho.
Em A Idiota acompanhamos os primeiros meses de Selin, uma estadunidense de origem turca, em Havard. Ao longo do livro vemos as suas relações com as colegas de quarto, as suas primeiras aulas na universidade, um pouco da sua relação com sua mãe e um protótipo de relação amorosa que no fim nunca acaba se concretizando.
Elif Batuman escolhe narrar pequenos episódios que acontecem com a protagonista durante o dia. É quase diariamente. São coisas cotidianas e corriqueiras na nova vida da adolescente. A questão é que nada soa interessante ou chama atenção ao ponto de hipnotizar o leitor. Selin é desinteressante. Não cresce na narrativa. Para mim, os personagens que interagem com ela são muito mais vividos e instigantes mesmo que também não sejam tão empolgantes. É o caso de Svetlana e Ivan. Ambos são colegas de curso de russo da protagonista. Com o avanço da narrativa Ivan acaba se tornando um interesse romântico de Selin.
Os trechos que narram os dias de Selin e suas interações são curtos e rápidos. Pensei que fosse por causa dessa escolha narrativa que me afastava dos personagens, mas no momento em alguns trechos ficaram mais longos a conexão não se tornou mais forte. Quando a relação entre Selin e Ivan começa a se tornar mais próxima pensei o texto ficaria mais profundo. Apesar de haver uma mudança, não chegou ao ponto que eu esperava. Tudo continuava desinteressante e entediante. Selin é quem narra. Ela se mostra tão morna e com uma personalidade inteiramente manipulável.
Nem mesmo as conversas sobre linguística ou mesmo as descrições e fatos históricos sobre a Hungria e a cultura turca me despertaram interesse. É frustrante. Talvez nesse momento Batuman pudesse ter me conquistado, mas com a voz de Selin o efeito foi contrário. O livro é bem escrito, mas não é estimulante. Longe disso por sinal. Durante a leitura fiquei me questionando se essa foi a intenção da autora: em construir uma personagem adolescente que está saindo de casa e tentando se entender no mundo, mas até lá precisa passar por momentos de marasmo, se perder em um mundo onde há tantas pessoas diferentes e tão donas de si que acaba-se ficando perdida, estranha. Se essa foi a escolha da autora talvez ela tenha acertado em cheio, mas ainda assim o livro é desinteressante.
Há livros com personagens monótomos, mas que ainda assim te conquistam. Livros em que nada acontece, mas com uma escrita que te fascina e te prende. Apesar de bem escrito não foi isso que aconteceu em A Idiota. Quem gosta de estórias mais movimentadas devem passar longe dessa obra. Poucas reflexões são boas e interessantes. Espero que o meu livro da minha vida seja pelo menos mais reflexivo e empolgante apesar do protagonista enfadonho.